FT 2283 - Princípios Básicos de Corte
REFLEXÃO DE APRENDIZAGEM
AÇÃO: MODELISTA DE VESTUÁRIO 003/2020
CARGA HORÁRIA: 25 Horas
FORMADOR: Marina Oliveira
DATA DE INICIO: 09/10/2020
DATA DE FIM: 19/10/2020
Esta UFCD tem como objetivo a familiarização com os procedimentos de corte, com especial destaque do procedimento industrial. Pretende-se com esta UFCD ter um conhecimento geral de toda a maquinaria industrial associada ao processo de corte, bem como os procedimentos necessários para a execução do corte e posterior execução da peça com sucesso, minimizando o desperdício de matéria prima e reduzindo o tempo de produção.
A organização e o planeamento do trabalho são importantes, e um ponto chave em qualquer área de trabalho. O setor de corte não é exceção, por isso uma das coisas fundamentais e imprescindíveis é a ficha técnica. Neste documento devem constar todas as informações inerentes à peça, como por exemplo os custos associados, o planeamento, a qualidade da confeção, o desenho da peça, bem como outras informações importantes que possam ser lidas e entendidas por qualquer elemento da empresa, de qualquer setor.
Outro procedimento chave no setor de corte é a utilização da folha de verificação, para que não haja erro no corte, e garantir que todos os componentes da peça estão desenhados na folha de risco. Caso contrário, corre-se o risco de faltar um componente, e essa falha pode representar um rombo imenso nos cofres da empresa, uma vez que a falta de um componente não pode ser substituída por outro corte com outro lote de tecido. Embora à vista possa parecer que existe um tecido idêntico, a tonalidade difere e na construção da peça essa diferença é notória. A folha de verificação é um auxílio e um controlo.
Uma peça executada é a junção de vários componentes, isto é, cada elemento ou desenho na folha de risco representa um componente do molde que depois de cortado terá a sua função na construção da peça de vestuário. Cada molde deverá estar caracterizado, ou seja, tem de constar toda a informação que o identifique e necessária ao bom corte do componente, nomeadamente a referência, o nome, o tamanho, os piques e perfurações de referência, a marcação do fio direito e/ou o nº de vezes a ser cortado.
Relativamente aos tecidos, a sua utilização pode ser longitudinal, ou seja, no sentido da tela ou das ourelas, ou pode ser transversal, ou seja, no sentido da trama. Dentro dos tecidos com utilização longitudinal encontramos tecidos com sentido, com pé e sem sentido. Dentro dos tecidos de utilização transversal encontramos tecidos com pé e sem sentido. E ainda quanto aos tecidos é preciso ter atenção à sua utilização porque os mesmos podem ter apresentações de cor e tonalidade diferentes (ou pela sua constituição de pelo ou estampas), consoante o seu sentido. Antes do corte há que ter em atenção esta tipologia do tecido.
A estendida é a sobreposição de várias folhas de tecido sobre a mesa de corte que irão ser cortadas em simultâneo com base na folha de risco. A estendida pode ser realizada à mão ou recorrendo a máquinas a que se chamam carros de estender. Os carros de estender podem ser manuais, quando é o operador que origina o seu deslocamento, semiautomáticos quando existe um travão mecânico para limitar o comprimento da estendida, e automáticos quando realizam automaticamente todos os tipos de estendimento.
As estendidas podem ser simples ou em escada. A ordem de risco pode ser única, ou seja, à folha, com o direito para cima ou o avesso para cima, ou pode ser par, ou seja, à folha, dobrado ou a fazer zig zag, ou enfestado, sendo que estará o tecido direito com direito ou avesso com avesso. O estendimento único utiliza-se por exemplo para a modelagem assimétrica, enquanto que o par é utilizado para a modelagem simétrica. Após a análise da encomenda pode haver a necessidade de fazer uma estendida em escada, para poupar tempo no corte e porque a encomenda solicita quantidades e tamanhos diferentes em vários tecidos. Assim sendo, para que se reduza o tempo e as manobras elabora-se um plano de risco para de uma só vez fazer este corte onde estão dispostas folhas de tecido com diferentes comprimentos. Quando se faz o estudo de encaixe estes desenhos que ficam em escada ficam isolados dos restantes.
Quando se faz uma folha de risco, o responsável deve iniciar logo o preenchimento da folha de verificação. Para isso o profissional deve analisar a ordem de risco, o protótipo e os moldes do modelo que vai trabalhar. Deve identificar os componentes e a sua respetiva colocação.
O estudo de encaixe, isto é, a elaboração da folha de risco, tem como objetivo a melhor utilização do tecido, ou seja, cortar o máximo de peças no mínimo tecido possível.
Para que haja êxito no corte é necessário que o operador seja qualificado e tenha em consideração alguns aspetos como por exemplo a largura do tecido, o comprimento máximo da folha de risco, a utilização do tecido, o tipo de estendimento, analisar de as margens (inicial e final têm que ser de 1 ou 2 cm), e medir a direção do fio marcado no molde (em relação às margens) utilizando a fita métrica.
O fio direito apresenta sempre uma importância de grande dimensão, pois ele indica a posição correta do molde. Se os componentes não forem cortados respeitando as indicações do fio direito a peça não fica bem assente no corpo e poderá até ficar torcida depois de pronta.
Por sua vez, os piques são outro elemento orientador. Os piques estão presentes no molde, na folha de risco e essas indicações são também golpeadas para o tecido. Indicam pontos de união, bainhas, valores de costura, colocação de componentes, etc.
Seja o fio direito, ou os piques, bem como outras anotações, como por exemplo o nome ou o nº de vezes que é cortado e o tamanho, são indicações que devem estar no molde. Estas anotações caracterizam e identificam o molde e são fundamentais para o bom corte do componente e na sua sequência o bom encaixe da peça.
IMPACTO NO FORMANDO
Esta UFCD foi necessária para o conhecimento da realidade da produção industrial. Na indústria o objetivo principal é a obtenção de lucros, sendo que este lucro é obtido através de muita tecnologia desconhecida da maioria. Foi interessante descobrir como se consegue produzir tão rapidamente determinados artigos. Esta velocidade só pode ser alcançada recorrendo a toda a maquinaria desenvolvida para a área têxtil.
ASPETOS POSITIVOS/ NEGATIVOS
Foi muito positivo conhecer alguns procedimentos na área do corte, como por exemplo os cuidados a ter com os tecidos de malha antes do corte, com quadrados ou xadrez, ou outro tipo de estampados ou texturas. Conhecer a função das fichas técnicas e folhas de verificação reafirmou a importância da organização e planificação do trabalho. Saber quais os procedimentos que se devem ter em conta, todo o estudo que é feito antes e toda a mecânica ou metodologia envolvida no processo de corte enriquece imenso o entendimento acerca do sector de corte, seja a nível industrial ou não.
Como aspeto menos positivo saliento a matéria extensa e com particularidades complexas para ser estudada nas horas estabelecidas. Contudo foi dada uma orientação para a pesquisa de informação relevante, através da visualização de vídeos relacionados com conteúdos muito ricos nesta matéria, que me permite entender de uma forma mais explicita cada etapa da secção de corte.
A IMPORTANCIA DA UFCD PARA A VIDA PROFISSIONAL
A preparação do formando para orientar o seu trabalho no sentido de economizar tempo e material é fundamental para o sucesso profissional. Quer a nível industrial, quer a nível particular há que analisar a encomenda e fazer o estudo do método da sequência operatória de forma a diminuir os custos de produção das peças.
Reflexão da UFCD - documento oficial 👉 Reflexão UFCD 2283 - Princípios Básicos de corte
Comentários
Enviar um comentário